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"A vida é cheia de encantos e desencantos, cada instante é uma oportunidade de recomeço"

Sexta-feira, 03 de setembro de 2021

Última Modificação: 09/09/2021 14:19:20 | Visualizada 1658 vezes


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As ações de prevenção ao suicídio, como parte do movimento nacional Setembro Amarelo, já começaram em Floresta. Por isso, convidamos a Psicóloga da rede municipal de saúde, Jeniffer Adriana Barbosa Alarcão de Oliveira, para deixar uma mensagem para este mês. Confira o artigo abaixo. 

Muitas pessoas já pensaram em morrer para escapar de uma sensação de dor ou de impotência extrema. Parece comum ao ser humano experimentar, pelo menos uma vez na vida, um momento de profundo desespero e de grande falta de esperança. Os adjetivos são sempre os mesmos: extremo, insuportável, profundo. Mas, aos poucos, os sentimentos e ideias se organizam, suas experiências cotidianas passam a fazer sentido novamente e você consegue restabelecer a confiança em si mesmo. Você descobre uma saída, procura apoio, encontra compreensão. Aquele desejo autodestrutivo, aquela vontade de resolver todos os problemas de uma só vez, se desfaz e você segue adiante. Muitos, no entanto, não conseguem encontrar uma solução. 

O suicídio, para esses, parece ser a última alternativa contra o sofrimento, um ponto final para uma vida sem sentido, para um presente pesado demais ou para um futuro por demais amedrontador e resolvem tirar suas vidas. 

A frase “Quando uma pessoa pensa em suicídio, ela quer matar a dor, mas nunca a vida”, do escritor e médico Augusto Cury, levanta a questão de que um suicida, nunca quer acabar com a sua vida, mas com a dor que lhe consome. De fato, os suicidas normalmente são pessoas que já chegaram ao seu limite, por isso, querem de qualquer forma matar a sua dor, pois o que dói não é mais o corpo, mas sim a alma. E o que os leva a tamanho sofrimento é motivado por diversos fatores, como a química do cérebro estar errada, depressão e a falta de alguém para desabafar. 

Compreende-se que por trás do comportamento suicida há uma combinação de fatores biológicos, emocionais, socioculturais, filosóficos e religiosos que, misturados, culminam numa manifestação exacerbada contra si mesmo. O suicídio não tem explicações objetivas, ele agride, estarrece e silencia. 

Continua sendo tabu, motivo de vergonha ou de condenação, sinônimo de loucura, um mal silenciado, assunto proibido na conversa em família e amigos, em que, na maioria das vezes, a pessoa por receio a estes fatores, não deixa transparecer comportamentos com tendência suicida. 

Não é possível prever com certeza se uma pessoa vai ou não tirar a própria vida, mas é preciso estar atento ao comportamento dos que estão a sua volta e não ignorar sinais que podem ser pedidos de ajuda. Isto porque, na maior parte dos casos, a pessoa já não é capaz de identificar outras soluções para a crise emocional que está passando. Este tipo de comportamento pode ser evitado, especialmente quando familiares ou amigos conseguem identificá-los e ajudam a pessoa a iniciar um tratamento adequado. 

As estatísticas mostram que o suicídio precisa ser discutido por tratar-se além de uma expressão inequívoca de sofrimento individual, como também, de um sério problema de saúde pública, não podendo ser ignorado. Ao contrário do que muitos ainda imaginam, conversar abertamente sobre o assunto não influencia o ato, mas sim, ajuda a dar suporte, atenção e orientação adequada. O diálogo pode ajudar a expor sentimentos, muitas vezes angustiantes e incentivar a pessoa a buscar apoio profissional. 

O acompanhamento psiquiátrico e psicológico oferece outras perspectivas e ajuda a desenvolver habilidade emocional para administrar adversidades da vida, e aos poucos é possível reencontrar a força para recomeçar, tendo em vista, que uma das características do pensamento suicida é a distorção mental da percepção da realidade, a pessoa tem uma avaliação rigorosamente negativa sobre si, sobre o mundo e o futuro.

A vida é cheia de encantos e desencantos, cada instante é uma oportunidade de recomeço. Não espere o Setembro Amarelo para falar o que você sente, pois você não está sozinho. Falar é a melhor solução. Diálogos salvam vidas. Eu posso escutar a sua dor!!!

Artigo produzido pela Psicóloga 

Jeniffer Adriana Barbosa Alarcão de Oliveira 
CRP: 08/11392
 

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